Hoje, no dia Internacional dos Museus, trazemos para vocês um depoimento de nossa amiga Isabella Carvalho de Menezes, que é Técnica em Assuntos Educacionais no Museu do Ouro, aqui em Sabará.

Você já visitou o Museu do Ouro? Se sim, vai poder identificar muitas coisas na fala da Isabella, se não, aproveite para conhecer um pouquinho mais sobre ele. O museu está fechado devido à quarentena mas, assim que reabrir você poderá fazer uma visita.

Por que visitar o Museu do Ouro?

"A graciosa tela de Gislane Bouzas retrata o pátio dos fundos do Museu do Ouro, com suas pedras, madeiras, verdes e adobes. Os sabarenses que já passaram pelo quarto ou quinto ano do Ensino Fundamental costumam ter esse cenário na memória, complementado ainda pela grande roda de madeira, que era o engenho utilizado para triturar minério e ouro, e pelo relógio de sol, esculpido em pedra sabão. Talvez se recordem da importância histórica que possui o casarão, único exemplar de casa de fundição de ouro que ainda restou preservado em nosso estado, desde o período colonial. Chamam a atenção, na exposição do museu, as ambientações de época, como o quarto da donzela e o quarto do rico minerador; a belíssima Santana Mestra, de Antônio Francisco Lisboa, e o imponente São Jorge; as ferramentas de minerar, a prensa de cunhar barras de ouro, os cofres e móveis cheios de segredos. As peças do museu são fragmentos de memória da nossa sina mineradora.

Ao percorrer os corredores, salas e pátios do casarão, o visitante pode buscar direções, fazer descobertas, criar significados, imaginar, conectar-se com o outro, no tempo. Mas é importante compreender que a narrativa que ali está colocada é apenas uma forma de contar a história, entre tantas outras possíveis, de modo que o museu reivindica um exercício de interrogação permanente. É necessário lançar olhares também para os objetos que não estão na exposição, para as suas ausências, lacunas e silenciamentos, pois eles dizem muito. Mais que ensinar história, o museu convida o visitante a pensar historicamente."