sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Resultado da ODE A BARATA!


Crônica de Uma Ode aos 45 do segundo tempo

Fazer um evento de encerramento das atividades, em pleno 21 de dezembro, com todo mundo pensando em Papai Noel, e nós pensamos em uma homenagem. Uma “Ode a Barata”.
Pensamos em fazer uma “homenagem” a BARATA. E a coisa foi tomando corpo: não podíamos falar de barata, sem falar de Dona Baratinha, recontada por Braguinha, não podíamos falar de barata, sem falar de Kafka e sua “Metamorfose”, não podíamos falar de barata sem falar da “Paixão Segundo GH” de Clarice Lispector.
A ideia surgiu de um encontro com o pai de “Emengarda” o contador de história Pierre André. Ele disse: “quero contar história na Borrachalioteca”. Data anotada: 21 de dezembro, hora certa: 10 da manhã. E pensamos na Lurdinha, contadora de história nata que conta a “Emengarda”, há pelo menos 10 anos (do seu jeito peculiar de apropriar do texto escrito).
Continuamos a costura do evento de encerramento: ao ligar para Pitucha – contadora de história, mediadora de leitura, fiel escudeira da escritora Elizete Lisboa, e fã da Borrachalioteca, ela nos lembrou que Elizete tinha um livro de duas escritas, também com o tema barata: “Cadê a Monstrinha”.
Pronto: o corpo do evento estava cada vez melhor. E foi a vez de uma das mais atuantes contadoras de história se pronunciar: “vou ao evento para contar a história recolhida por Braguinha (João de Barro), a ‘História da Baratinha’”.
Faltava ainda um contato com a ilustradora do livro “Emengarda” a sabarense Juliana Buli, que ilustrou com muita maestria a obra e garantiu presença.
E os Arautos¿ Onde eles entrariam¿ Na leitura do clássico ”Metamorfose” e da Clarice.
Com amigos que começaram a fazer a decoração do espaço com baratas de todos os jeitos e calibres nos preparamos para encerrar as atividades de 2014.
E assim foi. No dia certo, com a hora um pouco avançada, começamos a nossa “ODE A BARATA”.
Começamos com um soneto escrito por Caio Junqueira para o livro “Era uma Voz”  e musicado por Zebeto Correa: “Madona Baratinha”.
Passamos para a leitura do início da Metamorfose de Franz Kafka, no livro de 1956, com tiragem de apenas mil exemplares, em edição de luxo que ficou a cargo do arautino Sartre.
Em seguida, veio a escritora Elizete Lisboa, juntamente com Pitucha, e começaram com um noticiário sobre barata: quantos anos ela vive¿ como ela namora¿ há quantos anos está na Terra¿ Foi uma curiosidade atrás da outra e depois soltaram mais alguns bichos pelo salão: ratos, e mais ratos, e mais ratos e cobra...
Apresentou, depois, a todos seu livro “Cadê a Monstrinha”, em duas escritas e contando a história de uma barata que entrou sem querer em uma casa e causou um alvoroço. E não contou o final... O livro foi doado para a Borrachalioteca, quem quiser saber o final tem de pegar emprestado!
A próxima foi outra Arautina: Sheila Emília, que defendeu um trecho do livro “Paixão Segundo GH” de Clarice Lispector.
Veio a contadora de história que voltou no tempo e lembrou, com maestria, do disquinho colorido, que tocava a “História de Dona Baratinha”. Com seu violão e a voz suave, quando fazia a barata e grossa cheia de trejeitos, para fazer o boi, o pato, o bode e os pretendentes da baratinha... Ao fazer o rato, mandando beijinhos para todos, não teve jeito, todos caíram na risada!
Outro participante apareceu como se fosse em vídeo conferência. Sergio Pacheco recitou um poema que escreveu em 1989 e deu seu recado mesmo não estando presente!
 E veio Lurdinha Reis, que convidou Derli, para acompanha-la no primeiro texto: da Regina Porto... Derli, fez caras e bocas atrás da janela da Dona Baratinha, ao mostrar os desenhos, como fantoches e foi muito bom!
Lurdinha então emendou uma história na outra e chamou o criador da “Emengarda” para ajuda-la. Lurdinha, com a segurança de quem conta a história há no mínimo “trezentos anos” deu um show, desconcertando até mesmo o criador da história, pois ela aumentou mais alguns pontos do conto dele, que ele desconhecia, mas gostou do que viu e ouviu.
Foi a vez do Pierre André, que perdeu uma madrugada para relembrar como foi a criação da “Emengarda”. Fez um passeio poético pelos países em que ele afirma que conheceu as baratas que fazem parte de sua vida.
 Neusa Sorrenti, grande escritora mineira, mandou um poema também para participar da festa, e ficou a cargo de outro arautino, o Gabriel Henrique, a leitura: “Baratice” que estará em livro em 2015.

Águida e Joyce Faria, lembraram então de uma quadrinha, para encerar a festa, antes dos comes e bebes:
“Ninguém me ama,
Ninguém me quer
Por isso eu vou
Comer Barata!
Barata frita
Barata assada
Sopa de barata”

Um servidor do Banco do Brasil, ficou tocado pelo evento e também se arriscou, ao contar a Sopa de Pedras, que ele jura de pé junto que foi São Francisco de Assis que viveu!
E depois foi a vez dos comes e bebes, bolinho de feijão, pão de queijo de Dona Zica e mais resenhas...

Enfim, a impressão que ficou foi de um evento, que poderia ter qualquer personagem, mas a barata, foi devidamente homenageada e o mais importante: o motivo é o de menos, o que importa são os encontros de pessoas, dos livros e da leitura.















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